Se há uma lenda que é destaque na cultura do povo mexicano, com certeza essa é a lenda de La Llorona (A Chorona), a história de uma mulher que aparece em noites de lua cheia chorando amargamente por algo ou alguém que perdeu no passado.
La Llorona (A Chorona), uma lenda mexicana.
A força dessa lenda é tão forte que mesmo outros países possuem uma versão derivada dela em seu folclore local, até mesmo aqui no Brasil.

Como toda lenda popular, La Llorona deu origem a diversas variantes, misturando simples histórias e relatos de pessoas que afirmam ter visto a mulher com os próprios olhos, mas o relato mais conhecido remonta ao século XVI.
Esse relato específico conta que quando chegava a noite e os moradores da Cidade do México se acolhiam em seus lares para dormir, eram sempre acordados no meio da noite pelo choro de uma mulher que andava sob a luz da lua cheia. Daí o nome “A Chorona”.

Poucos tiveram a coragem de ir até lá fora e ver o motivo do choro da mulher, e os que o fizeram dizem que apenas conseguiam ver uma neblina espessa sobre o solo e no meio estava a mulher, vestida de branco e com um véu cobrindo seu rosto – o que a tornava quase indistinta em meio à neblina.
Ela percorria a cidade em todas as direções e desaparecia quando chegava às margens do lago Texcoco.
Contam os relatos que aqueles que se arriscaram a chegar mais perto da Chorona morreram ou passaram o resto da vida perturbados com as visões chocantes que ela lhes fazia ver.
Mas, você deve estar se perguntando, quem é essa mulher misteriosa e porquê ela chora?
Bem, como mencionado no início existem várias versões da lenda, algumas mais difundidas e conhecidas que outras. Por isso vamos contar a você algumas das mais famosas versões. Você pode ver em vídeo:
Primeira versão da lenda da Chorona
Diz a lenda que há muitos anos ela veio para Xochimilco com seus dois filhos. Ollin e Tonatiuh. Era mãe solteira, trabalhava duro vendendo as flores que ela cultivava em sua chinampa.
Graças a sua generosidade e camaradagem ela ganhou a simpatia de todo o povoado e sua chinampa logo começou a dar frutos. Até que em uma trágica noite tudo mudou.
Enquanto retornava para casa, Yoltzin percebeu que sua casa estava em chamas, ela desceu da balsa e tentou apagar o fogo, após algumas tentativas consegiu se livrar das chamas.
Mas esqueceu de um detalhe, seus filhos estavam na balsa que ficou a deriva
Quando notou a sua ausência, já era tarde demais. Eles sumiram sem deixar rastros. Yoltzin pediu ajuda aos vizinhos que montaram um mutirão para resgatar as crianças.
No fim alguém achou as crianças do lado do canal. Yoltzin enlouqueceu de dor. Ela não conseguiu aceitar a morte de seus filhos.
Com o coração destroçado e cheio de dor, Yoltzin não conseguiu resistir e sua vida foi desaparecendo gradualmente.
Durante muitos anos o povoado perdeu o brilho e a alegria proveniente da presença de Yolzin.
Mas quando a história da mulher que perdeu os filhos estava ficando esquecida, os moradores começaram a se ouvir lamentos no meio da noite. Dizem que la Llorona é a bela Yoltzin que vagueia pela vila a procura de sues filhos.
Ela busca vingança pegando crianças que não são suas. Seu destino é cruel, ela nunca encontrará a paz eterna até encontrar seus filhos.
Versão mais atual da lenda de La Llorona
Vamos voltar no tempo para o ano de 1500, é la onde nossa história começa.
Havia nessa época uma moça que era não apenas bonita, mas sim a mais linda de toda a cidade em que vivia. Todos os homens daquela cidade queriam casar-se com ela mas apenas um conseguiu ganhar o coração da garota.

Ele se aproximou dela aos poucos, fez amizade com sua família e alguns anos depois eles estavam apaixonados um pelo outro e enfim se casaram.
Como fruto do casamento, tiveram um belo filho ao qual amavam muito e faziam tudo ao seu alcance para vê-lo feliz.
O tempo passou e chegou o dia do 3º aniversário do garoto e seu pai foi à cidade para comprar-lhe um presente.
Mas ele nunca mais voltou e nem sequer foi visto por ninguém da cidade.
Começaram a circular boatos de todo tipo, que iam da suposta morte do homem até uma amante pela qual ele havia trocado a família, mas independente do real motivo do desaparecimento, sua esposa ficou arrasada e teve de criar seu filho sozinha.
Mas o tempo passou e enfim a mulher conseguiu superar a falta de seu marido desaparecido. Ela aprendeu a aceitar o fato de que ele jamais voltaria para casa. E por fim ela acabou se apaixonando novamente, dessa vez por um fazendeiro rico.
Ela contou ao fazendeiro que gostaria de casar-se com ele, mas o homem disse que não aceitaria por causa do filho que ela tinha.
Ele não queria se casar com uma mulher que já havia sido casada e que tinha um filho.
A mulher ficou muito irada e foi embora apressada para casa.
Algo havia acontecido em sua mente – ela já não era mais a mesma. E logo isso se tornaria evidente, com os acontecimentos que viriam a seguir.
Chegando em casa a mulher disse ao seu filho que eles iriam tomar um banho no lago Texcoco e o menino, feliz por saber que iriam até o lago, se apressou em se preparar para o passeio.
Chegando ao lago, o garoto que ainda não era muito alto, ficou brincando na parte mais rasa do lago enquanto sua mãe entrava até o meio do lago, onde era mais fundo.
Ela então disse ao filho que ele já era grande o suficiente para ir até à parte mais funda, e ele foi até perto da mãe.
A água chegava até a cintura do menino. Conforme ele ia mais para o centro do lago a água começava a cobrir-lhe cada vez mais o corpo. Primeiro chegou até peito, depois até os ombros e quando chegou perto da mãe a água já estava na altura de seu pescoço e ele se apoiava com as pontas dos pés no fundo para não afundar.
Foi então que, cegada pelo ódio que sentia pelas palavras do fazendeiro, a mulher disse a seu filho que iria lavar os cabelos dele, mas aproveitou-se disso para empurrar a cabeça do garoto para baixo da água.
O menino começou a se debater em desespero e agarrou o braço da mãe. Mas ela fazia ainda mais força para não deixar que ele voltasse à superfície. Logo os braços do menino que se agarravam à mãe se afrouxaram e ele parou de se mover.
A mulher havia matado seu próprio filho.
Depois disso ela deixou que a correnteza do lago levasse o corpo do garoto em direção ao mar e ficou observando até que o filho desapareceu no horizonte. Logo em seguida ela correu até a casa do fazendeiro e lhe contou o que ela havia feito – agora ela não tinha mais filho, agora eles poderiam se casar!
A princípio o fazendeiro se recusou a acreditar naquela história, mas logo ele percebeu que o que a mulher contava era a verdade.
Ele sentiu uma profunda tristeza e repulsa pelo que ela havia feito e lhe disse que jamais poderia amar uma assassina que matara o próprio filho.
Ele lhe ameaçou dizendo que ela não deveria nunca mais chegar perto dele ou de sua propriedade.
Nesse momento, como se estivesse acordando de um sono profundo, a mulher se deu conta da coisa terrível que ela havia feito. Havia matado o próprio filho, a única pessoa no mundo que a amava e nunca a abandonara.
Ela voltou correndo até o lago e chorou amargamente pelo filho. O tempo passava e ela continuava chorando à beira do lago.
Ninguém sabe dizer ao certo quanto tempo se passou, mas um dia enfim encontraram o corpo da mulher à beira do lago. Ela passara tanto tempo chorando, que não mais se alimentou ou dormiu, e por fim sua tristeza causou sua morte.
E desde então começaram os relatos de gente que viu a mulher vagando pela região, chorando eternamente pelo mal que causara.
Curiosidades sobre La Llorona

— Em 1933 a lenda ganhou sua primeira versão para o cinema, no filme chamado La Llorona, que contava a história de uma índia chamada La Malinche como sendo a Chorona.
— Já em 1963 mais um filme chega para contar sua própria versão da lenda. Entitulado “La Maldición de la Llorona”, essa obra conta a história de um casal que vai morar numa casa bem antiga que é assombrada pela Llorona.
— Além de filmes, há também uma animação lançada em 2011 chamada “A Lenda da Chorona”.
— Em algumas versões contadas por aí, antes de morrer a Llorona se chamava Luiza.
Qual a língua que se fala no México?
O Espanhol é a língua oficial do México. Mas também se falam mais de 60 linguas indígenas em diversas regiões.
Qual é a religião do México?
De acordo com a Constituição de 1917, o México não possui uma religião oficial. Mesmo assim o cristianismo é professado pela grande maioria da população do país, 92,4%, segundo o censo de 2010.
Qual é a cultura do México?
A cultura mexicana é marcada pela influência de alguns povos pré-colombianos e também de espanhóis. A cultura mexicana, de origem milenar, muito rica e diversa, sofreu a influência de vários povos. … A culinária tradicional mexicana também deriva da mistura entre as antigas tradições indígenas e a cozinha espanhola.
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