O personagem Bíblico que inspirou a maior religião do mundo não é o mesmo sujeito que os historiadores procuram. Eles querem saber: quem foi o cara que viveu na Galileia há mais de 2 mil anos e se tornou uma lenda em todo o mundo?
Os historiadores não podem acreditar cegamente no que diz as religiões e a Bíblia, é necessário de fatos físicos e históricos para entender quem era este homem. Por isso eles procuram um humano e não uma criatura divina.
É claro que as provas não precisam ser evidências físicas como um tumulo ou os ossos dele, até porque se fosse adotado esse critério, 95% dos personagens históricos não seriam reconhecidos.
O critério mais importante para confirmar a existência de Jesus é chamado de Múltipla confirmação que se trata de atores diferentes, que nunca se conheceram afirmando os mesmos fatos sobre o personagem em questão.
Os escritos mais antigos sobre Jesus são do primeiro seculo, em sua grande parte, feitos por seguidores do cristianismo.
A grande exceção é o historiador judeu Flavio Josefo, que tentou escrever toda a história do povo judaico, partindo de Gênesis até a sua época.
Em seus escritos ele fala sobre Jesus, João Batista e Tiago (irmão de Jesus) como lideres do movimento messiânico na região da Galileia.
No segundo seculo, surgiu mais historiadores que citaram Jesus e o movimento criado por seus seguidores. Esses dados mostram que não estamos no campo da mitologia.
Eles não se tornaram cristão, são tanto judeus quanto romanos, e se permitiram afirmar a existência de Jesus, o que prova que de fato ele é um personagem histórico.
O homem
Se juntarmo os fatos arqueológicos com os textos podemos ter uma ideia de quem era esse homem e em que época ele viveu.
Não existem muitos dados sobre ele, por isso não da para afirmar qual seria a cor de seus cabelos por exemplo.
Mas baseado em mosaicos e afrescos da época, podemos chegar a conclusão de que ele deveria ser moreno com o cabelo preto.
Segundo os historiadores, Jesus não nasceu em Belém e sim em Nazaré, uma aldeia montanhosa da Galileia com a população de 500 habitantes.
Acredita-se que por Nazaré não ter nenhuma relevância politica, e não possuir locais públicos ou sinagogas, os escritores dos evangelhos modificaram o lugar, havia tambem uma razão teológica para essa mudança.
O local de nascimento precisava confirmar uma profecia bíblica.
Para o historiador Flávio Josefo, ele nasceu no ano 4 A.C., e teria passado quase toda sua vida nesta região, sem nunca pisar em uma cidade grande.
A grande exceção é quando ele vai para Jerusalém, viagem essa que termina com a sua morte por volta do ano 35 e 36 D.C., pouco tempo depois de João Batista ter sido assassinado pelos romanos.
Sua mensagem
A mensagem deste homem, era tão importante quanto ele, pois foram suas palavras que viajaram pelo mundo dando base a centenas de vertentes religiosas.
O historiador Chevitarese comenta: “Ele foi um camponês pobre, que perante as injustiças do mundo em que vivia, defendeu a instauração do Reino de Deus – um reino de justiça, fartura e sem hierarquia social”.
Sua mensagem era focada nos judeus de sua época. No entanto tal mensagem atingia de forma politica o império romano e a elite judaica. Foi exatamente o poder de suas palavras que causam a sua morte. O que aconteceu muitas vezes na história, porem o assassinato de Jesus, não destruiu suas ideologias.
Jesus teológico
Jesus nunca passou suas ideias pro papel, e nem poderia, segundo os historiadores ele seria analfabeto. A maior parte do que chega até nos dias de hoje sobre ele e suas ideias partiram de seguidores das primeira comunidades cristãs. Sua maioria de duas ou três gerações apos sua morte.
Os escritores não se preocupavam em se manter fieis aos fatos e sim a defender a sua fé. Sendo assim, os primeiros escritores a falar sobre Jesus não estavam narrando a história e sim criando uma teologia.
Era um momento em que o cristianismo ganhava forças e se distanciava do judaísmo e se aproximava cada vez mais dos romanos.
Isso exigiu uma mudança na forma de passar a mensagem.
Quando passaram a ser escritas, as ideias de Jesus foram diluídas e filtradas, para começar ele falava aramaico, e tudo que sabemos sobre ele está escrito em grego.
Além disso os textos eram escritos para conquistar um público urbano, diferente dos que acompanhavam Jesus que tinham origem camponesa.
Com o tempo isso deu margem para os téologos interpretar as escrituras de formas variadas, criando vertentes do cristianismo que se encontram nos dias de hoje.
Dependendo de quem conta a história, ele pode ser um Herói sagrado ou hum humano, um santo ou alguém que falhou, um ser de paz ou um motivo para guerra, um fundamentalista ou um amante da liberdade.
Para os historiadores, encontrar respostas sobre o Jesus histórico poderia dar um freio naqueles que querem modificar a real mensagem de Jesus e transformar lendas em verdades históricas.
O objetivo não é acabar com a teologia e o caráter espiritual que cerca Jesus, e sim comprovar a sua existência e os mistérios sobre sua existência.
Se isso for possível, a ciência poderá encontrar resposta para as lacunas da vida deste homem que mudou o mundo.
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